sexta-feira, maio 26, 2006

Latin(h)as

Tudo começou num dia de outono, Carlo virou pra Mara e disse:

"-Seaquinevasseusavasski?
-Aos sábados, querido, aos sábados. Antes do golfe e depois do primeiro drinque vespertino."

Depois disso resolveram fundar juntos uma cidade costeira na costa de Amalfi.

E foi alí, logo alí que Cortázar encontrou aquele cão que latia no dique pra bem depois do último farol. Largou o emprego na ONU, voltou para o Boulevard Arago em Buenos Aires e resolveu criar aquela máquina japonesa da qual tanto falou o Galeano.

Quando em 72 (o ano em que tudo aconteceu), Cortázar encontrou os Caras naquela feira agropecuária na New Scotland, e perguntou seriamente sobre a possibilidade abrirem uma joint-venture para pescarem e enlatarem glowfishes e derivados. Pasmos, os Caras, resolveram desconsiderar tudo, levá-lo pra tomar um bom porre de um bom conhaque e comer pequenas broas de milho.

Foi no curso dessas noites, que duraram perto de duas semanas, que foram estabelecidos os parâmetros que derivaram na primeira feitura de farinha de osso em escala industrial que se tem notícia, e que igualmente acabaram por resultar na perda, para o Uruguai, da final da Copa de 50 no maracanã. Aluga-se também é Copa. Mas aos sábados.

E é com orgulho, ou Gorgulho (Paulo), que Aluga-se lança sua segunda grande campanha internacional: "GlowFish? Só em lata."

E "Fuck Off, Paris" pra todos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Também em 72, numa cidadezinha no interior da Paraíba, Vera Fisher montou um circo, embaixo de um ingazeiro. Pintou a cara de 9 garimpeiros que moravam nos arredores e distribuiu entre eles o figurino de Anjo Loiro, narizes de plástico, e fitas cassetes com músicas do mundo inteiro. A trupe recebeu o nome de clownfishes e, como entrada para o circo, aceitavam quase de tudo: farinha, charque, lenha, umbu, sementes de aroeira. Em 78 o circo pegou fogo, e o ingazeiro também.

O Gorgulho conhece essa história.

Gonçalves disse...

vivendo e aprendendo